Giró Moderno

Um conjunto nunca antes visto de 40 imagens feitas nos anos 1950 pelo fotógrafo catalão Marcel Giró (1913-2011) compuseram esta exposição, na Galeria Bergamin (2013/2014), em São Paulo. A curadoria foi de Isabel Amado e Iatã Cannabrava.

Ao se estabelecer em São Paulo nos anos 1950, depois de passar pela Colômbia, Giró encontrou o que havia de mais revolucionário na fotografia brasileira naquele momento de retomada da vida cotidiana após duas longas guerras: o Foto Cine Clube Bandeirante.

Sua obra não se libertou totalmente da responsabilidade documental, forjada nas vivências do período entre-guerras. Mesmo quando absorto pelas formas, pelas geometrias e pelas outras experimentações do modernismo da Escola Paulista – como foi chamado o movimento surgido

no Foto Cine Clube Bandeirantes – suas fotografias deixam escapar a preocupação desta geração de fotógrafos em documentar as transformações das cidades, a industrialização, a modernidade, como o fizeram Paulo Pires, José Yalenti, Ademar Manarini, Eduardo Salvatore, Gaspar Gasparian e outros participantes do FCCB.

Estranhamente foi dada pouca atenção, por longos anos, ao modernismo da Escola Paulista. Mas na última década, importantes trabalhos, como o livro de Helouise Costa, a circulação de coleções como a de fotografia modernista brasileira do Banco Itaú e a inclusão no circuito de galerias de arte de alguns desses autores, fizeram com que as obras guardadas pelas famílias viessem a aparecer. Foi o caso das imagens desta exposição, composta por obras vintages, cópias da época, mantidas sob a guarda de Toni Ricart, sobrinho de Marcel Giró.