Cuba Mía

O arquivo fotográfico de Rodrigo Moya conserva parte das imagens que ele captou em sua jornada enquanto fotojornalista que, apesar de curta (entre 1955 e 1968), foi especialmente intensa. Cada pasta, cuidadosamente organizada pelo autor, tratava de ser uma janela aberta para o passado e um convite para viajar pelo tempo e espaço de nossa América Latina mais combativa e esperançada.

Rodrigo Moya trabalhou com fotografia documental, essencialmente realista, humanista e comprometida – adjetivos que ele mesmo usou para defini-la. O seu acervo contém imagens que denunciam injustiças sociais, retratos de diversas comunidades do México. As organizações guerrilheiras de vários países latino-americanos e sobre tudo a sua gente, o seu povo, foram retratados com maestria por esse fotógrafo mexicano cujas imagens, apesar do período de repressão em que fotografava, jamais foram belicosas.

Rodrigo nunca abandonou a fotografia, mas sim a sua prática diária e profissional. Dedicado ao mundo editorial, trabalhou como editor e dirigiu,

durante mais de duas décadas, a revista especializada Técnica Pesquera. Quase 50 anos depois, suas caixas, então cuidadas e conservadas em armários, são reabertas e, nelas, entre fotografias, estão imagens de uma Cuba ainda sonhada e que resultam nesta mostra intitulada Cuba Mia (2009), curadoria de Claudi Carreras. A ilha capaz de enfrentar um sistema econômico, político e social se converteu em referente a seguir. Rodrigo quis estar presente, viver a primavera e o sentimento da Revolução Cubana, ajudá-la e, sobretudo, difundi-la.

As imagens que ele realizou em 1964 dormiram por esse período. Mas agora que tocadas novamente, seja em seu arquivo ou coração, falam de um ideal, de uma vitória, uma luta, esperança. Ou seja: passado, presente e futuro.

A mostra percorreu as cidades de Barcelona, Bilbao, Milão, Argel, Dublin, Viena, Nova Délhi e Havana.